A partir do ano de 1978 ocorreu a primeira corrida do ouro ao longo das margens do Rio Madeira e suas adjacências, tão intensa quanto a Grande Corrida do Ouro no Klondike, no Alasca, quase um século antes. Esse fenômeno econômico e social abrangeu a área dos municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim no Estado de Rondônia.
Em 1979 já havia perto de 5 mil homens trabalhando com bombas de sucção (que retiravam cascalho do fundo do rio, lavando a areia para retirar o ouro em pó) e, de forma rudimentar com suas bateias, em praias e cachoeiras.
No dizer garimpeiro, a "fofoca" se espalhou, e em 1979, o Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) fez um levantamento da viabilidade do garimpo no Madeira, na época da Ditadura Militar e seu expansionismo nacionalista, dando concessões para que o Ministério das Minas e Energia (MME) criasse a reserva garimpeira através da Portaria n° 1.345, de 05 de julho de 1979, posteriomente alterada para a Portaria nº 262, de 07/07/2004, que acabou delimitando a área de garimpagem.
A reserva garimpeira do rio Madeira à época, possuiía cerca de 14.035,53 ha (quatorze mil, trinta e cinco hectares e cinquenta e três ares) de área e se estendia por cerca de 200 km, a partir da Cachoeira de Santo Antônio no município de Porto Velho chegando até o distrito de Abunã, município de Guajará-Mirim.
Anualmente, uma população flutuante de cerca de 20 mil pessoas - garimpeiros, comerciantes, aventureiros, marginais, traficantes e prostitutas - viviam nos principais núcleos de garimpo, os quais geralmente coincidiam com as regiões encachoeiradas do rio Madeira dentre as quais: Chocolatal, Machado, Abunã, Tamborete, Paredão, Teotônio, Morrinho, Caldeirão, Jirau, Embaúba, Vai Quem Quer, Sovaco da Velha, Periquitos, Araras e Prainha eram as mais importantes.