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A FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

 

O mais tradicional festejo de santo da região é a Festa do Divino, celebrada no Vale do Guaporé rondoniense a partir de antigas matrizes de Vila Bela. A festa foi mantida pela tradição da Irmandade do Espírito Santo, desde 1894, que considera que atualmente o costume esteja desaparecendo, ou então entrando em processo de decadência devido a fatores reconhecidos pela própria Irmandade, como a penetração dos meios de comunicação de massa, notadamente a televisão, o crescimento dos grupos Evangélicos e Pentecostalistas que se opõem ao culto e promovem verdadeiras caçada a novos adeptos, além da penetração da Frente de Colonização Agropastoril no Vale do Guaporé que descaracterizou muito das antigas práticas e costumes locais e introduziu novas formas de perceber o mundo e de se relacionar, que atingem sobretudo os mais jovens. A festa tem início em maio, quando cessam as chuvas e o Batelão do Divino conduzido pelos remeiros percorre  as povoações locais do Guaporé. Nele viajam o salveiro, o mestre caixeiro, os meninos cantores do Divino, o alferes da bandeira, alem do Imperador e da Imperatriz.

 

Em todas as comunidades por onde passa o batelão são feitas promessas, a distribuição de comida é farta e o Imperador e a Imperatriz do Divino, escolhidos anteriormente pela Irmandade desfilam em cada povoado levando os símbolos sagrados do Espírito Santo, a coroa e o cetro, seguidos e reverenciados por multidões de fiéis. No povoado escolhido para a finalização dos festejos é erguido um mastro com a bandeira do Divino, devendo-se perceber a semelhança dessa pratica com o que narrou Claude d’Abbeville a respeito do mastro que os indígenas erguiam em suas aldeias para espantar os maus espíritos.

 

FONTE: TEIXEIRA, M.A.D.BEIRADÃO DAS VISAGENS RELIGIOSIDADE, FOLCLORE, CRENÇAS E SUPERSTIÇÕES DAS POPULAÇÕES DOS VALES DO MADEIRA, MAMORÉ E GUAPORÉ

ARRAIAIS & QUADRILHAS

 

O Arraial Flor do Maracujá é uma festa que ocorre anualmente durante dez dias em final de junho e início de julho, na capital de Rondônia. Constitui-se numa das maiores festividades da Região Norte e é certamente a festa popular mais importante do calendário local. Um verdadeiro desfile de traços culturais e folclóricos que tracejam a identidade cultural do lugar: a heterogeneidade é sua marca. Trata-se de uma combinação de estilos: festa junina nordestina, quadrilha, claramente visível nas músicas, nos personagens, nas vestimentas, nos passos, nos fogos de artifícios e balões; desfile carnavalesco, outras vestimentas lembram os vestidos das damas das cortes e também as damas dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, sem, contudo, apresentar a sensualidade ou a nudez características desses desfiles.

 

Também os enfileiramentos e as divisões dentro do grupo que desfila transmite a ideia de um desfile de carnaval da atualidade, como o são as alas. Como contribuição dos povos nativos, veem-se mulheres de perfis indígenas que ostentam trajes como tangas, saiotes, cores, brilhos, rostos pintados, penachos de aves das mais coloridas, arcos e flechas que dão o tom da vivacidade de uma festa nativa. No mesmo desfile, alegorias, figuras do folclore regional e de lendas difundidas pela Região Norte formam parte do cenário ou do próprio desfile: são as cobras-grandes, os botos, a mães-d`água. Ainda fazem parte das apresentações o folguedo do boi-bumbá (ou bumba-meu-boi), que incrementa mais o leque de elementos culturais num só lugar, num só evento e como se um só estilo representasse.

 

 

FONTE: RODRIGUES,J.M. O ARRAIAL “FLOR DO MARACUJÁ” COMO EXPRESSÃO CULTURAL DE PORTO VELHO/RO