As linhas viscerais de Flávio Dutka
Por Da Silva*
“Esse segredo da arte, que força o homem a classificá-la como objeto comercial, ou não, é algo que o artista não deve se envolver. Isso fica para os críticos. O artista tem que fazer arte e sair pelo mundo como que largado à própria arte, à própria sorte”. A frase, de um jovem rapaz metido a comum, Flávio Dutka, foi publicada em periódico impresso no mês de dezembro do ano de 2004. Passados mais de 14 anos, o artista ainda é uma verdadeira incógnita. Porém, muitas coisas mudaram e sua vida tomou novo rumo. “Muitas vezes, a minha arte foi o que me salvou de inúmeras outras possibilidades. Ela foi a forma que encontrei de catalisar e canalizar o sentimento que eu tinha”.
Flávio Dutka, ao longo de seus quarenta e poucos anos, é uma fusão de diversos mundos, momentos, técnicas e estilos. Ele ainda carrega as lembranças de suas dores, mas, quando perguntado sobre o real significado do sofrimento do artista, responde: “ah, não sei, eu preciso está triste para responder. E, hoje não vivo mais isso, estou numa outra estação. Superei alguns limites. Estou curado”.
O artista é natural do estado do Paraná mas, chegou a Rondônia aos seis anos de idade. Morou em São Paulo, onde iniciou seus primeiros contatos com a arte e trabalho de officeboy. Chegando a Rondônia, seguiu com os pais para o interior do Estado. No ano de 2006 formou-se em História pela Universidade Federal de Rondônia. Após passar em concurso público para a prefeitura de Porto Velho, foi parar em sala de aula, escolhendo a região do Baixo Madeira.
Durante entrevista à Revista CorrenTza, o artista plástico Flávio Dutka revelou alguns pormenores dos últimos anos em que viveu se restabelecendo diante da regência do poder natural da floresta. Segundo ele, foram aproximados dez anos remoendo seus conflitos mais intensos e restaurando a vida. A mesma arte que o salvou também é a força clara de sua retomada de rumos. Confira na entrevista toda a sensibilidade que faz desse artista uma unanimidade em suas mais distintas investidas contra as limitações do belo. A arte de Dutka pode curar. Como o curou.
*FONTE: Analton Alves da Silva
PINTURA
TÉCNICA MIXTA
DESENHO
PERFORMANCE
INTERVENÇÃO URBANA